Em anúncios de bloqueios e contingenciamentos anteriores, a pasta havia sido poupada dos cortes; general Hamilton Mourão, senador da República e militar da reserva, manifestou descontentamento.
O pacote de corte de gastos do governo federal, que deverá ser anunciado nesta semana pelo ministro Fernando Haddad, da Fazenda, terá a inclusão dos militares. A inclusão da pasta da Defesa no pacote de corte foi pedido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), segundo Haddad.
Segundo apuração do diretor de jornalismo do Grupo Bandeirantes em Brasília, Rodrigo Orengo, o ministro José Múcio Monteiro já foi avisado pelo Planalto de que os militares vão ter recursos cortados.
Nesta terça-feira (12), Múcio e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontraram em uma reunião rápida e há a expectativa de que o ministro da Defesa participe de outra reunião para selar o corte na área militar.
"O que se comenta no Ministério da Defesa é que, quando se fala em corte de gastos no Ministério dos Transportes, está se falando em obras. No Ministério da Defesa, está se falando em pessoas", afirmou o repórter Caiã Messina.
Pasta poupada em outros cortes
No início do segundo semestre deste ano, o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, já havia anunciado um congelamento de R$ 15 bilhões. No entanto, a pasta da Defesa foi poupada e não foi impactada com os bloqueios de recursos.
Rombo bilionário
Segundo um relatório do Tribunal de Contas da União, no último ano, houve uma contribuição dos militares com R$ 9 bilhões para o regime de previdência. No entanto, o custo para o pagamento das aposentadorias foi de R$ 59 bilhões.
Houve um princípio de mudança em 2019, mas a reforma da previdência não incluiu os militares na ocasião. Durante a gestão Bolsonaro, houve, inclusive, a inserção de mais benefícios aos militares.
A expectativa é de que amanhã o anúncio seja realizado e que a população saiba o tamanho do corte de gastos realizado pelo governo. Ministros que abriram a possibilidade de deixar o governo caso suas pastas sofreram cortes se encontraram com o presidente Lula para 'acalmar os ânimos'.
Reação negativa
Nas redes sociais, o senador general Hamilton Mourão (Republicanos-RS) publicou uma mensagem em que se mostra contrário ao possível corte de gastos dos militares, com a aposentadoria.
"O Governo Lula estoura mais ainda as contas da Previdência Social ao conceder aumento real para o salário-mínimo, que não é mínimo. Agora resolve querer atacar o Sistema de Proteção Social dos militares, querendo apresentá-lo como o vilão dessa estória", declarou o parlamentar e militar da reserva.
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