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  • Foto do escritorPor Folha de Telêmaco

Mortes por Covid-19 vão aumentar até março

Expectativa é que novo pico de contaminações seja neste mês.


Os gráficos da pandemia voltaram a apresentar uma situação preocupante a partir da variante ômicron, tanto em contaminações quanto em óbitos. Especialistas apontam que o número de casos deve começar a recuar de em meados deste mês, mas que as mortes devem seguir num patamar elevado até março.


Segundo o levantamento do consórcio de veículos de imprensa junto às secretarias estaduais de Saúde, nas últimas 24 horas foram 917 mortes, elevando o total de óbitos por covid-19 para 629.995. As infecções diárias somaram 286 mil. A média móvel de contaminações nos últimos sete dias foi de 188.116, um avanço de 58% em relação aos casos registrados


As estatísticas confirmam a percepção que profissionais de saúde já vinham apontando. De acordo com uma pesquisa da Associação Médica Brasileira (AMB) que ouviu 3.517 profissionais entre 21 e 31 de janeiro, 96,1% dos médicos que atendem em locais que recebem pacientes com covid-19 observaram tendência de alta no número de casos. Além disso, 40,5% deles detectaram aumento na quantidade de mortes.


Conforme explica o presidente da AMB, César Fernandes, embora a ômicron seja menos agressiva, a alta transmissão tende a aumentar os óbitos. Ele recomenda que a população não subestime a variante. “O aumento de casos foi explosivo”, disse.


Ethel Maciel, epidemiologista e professora da Universidade Federal do Espírito Santo, destaca que a curva de mortes por covid-19 deve continuar subindo até meados de março, mesmo que não se aproxime dos recordes de abril de 2021, quando os óbitos diários chegaram a passar de 4 mil. “Primeiro aumentam as infecções, depois as internações e os óbitos. São mais ou menos quatro semanas até as pessoas se infectarem e morrerem. O que estamos vendo agora é resultado das contaminações de fim de ano”, explicou.


Segundo ela, com base no comportamento da ômicron na Europa e nos EUA, o pico de contaminações no Brasil vai ser próximo da segunda semana de fevereiro, o que explica a perspectiva de mortes elevadas ate março. “Porém, temos Carnaval no meio disso. Mesmo que as festas oficias tenham sido canceladas, sempre há festas particulares, as pessoas viajam. Pode ser que a nossa descida [da curva] demore um pouco mais por causa disso”, alertou.


Os especialistas também chamam a atenção para momentos diferentes da pandemia nos Estados devido à desigualdade social e à taxa de vacinação de cada um. “O cenário de casos mais graves tende a acontecer onde existe uma densidade populacional maior, pessoas mais velhas e com comorbidades e em lugares onde as pessoas não estão vacinadas”, afirmou o médico infectologista Marcelo Daher. “A vacinação tem um papel importante nesse cenário como um todo. Claramente as pessoas não vacinadas tendem a evoluir de forma menos satisfatória”, adicionou.


Além disso, 51% dos profissionais de saúde relataram que há esgotamento no ambiente de trabalho e 15% disseram ter havido casos de depressão. “Nunca tivemos um momento tão difícil em assistência médica nesse período pandêmico. Pior até que nas ondas anteriores”, concluiu Fernandes.


Por Valor

Foto: Willian Matheus/Folha

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